quarta-feira, maio 27, 2009

Dica do dia:

"_ Só para quando o bicho ajoelhar na entrada."

quinta-feira, abril 23, 2009

mmmmmm...

Afinados toques em meio às costas e uma multidão de pêlos se levanta prontamente enquanto drenam-se por poros calores excessivos.

Travelings tomam a paisagem epidérmica adiantada morro acima, a frente das línguas que traçam roteiros deliciantes nas mais íntimas viagens.

Toca com a boca as cordas mais agudas de um pescoço, fricciona unhas afiadas em carne úmida e grita panos adentro extremado êxtase.

sexta-feira, abril 17, 2009

Ai!!!

Aí! Saudade ainda me mata,
Mata-me de pressa...
Correr o tempo de espera
entre separado e encontro.
Sentido ao que faz falta.
Falta muito, falta pouco,
E eu já estou ficando rouco
de cantar a paciência,
essa só que me assola,
sofro até chegar a hora
de acabar minha clemência.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Natureza

A expressão Natureza (do latim: natura, naturam, naturea ou naturae) aplica-se a tudo aquilo que tem como característica fundamental o facto de ser natural: ou seja, envolve todo o ambiente existente que não teve intervenção antrópica.

Dessa noção da palavra, surge seu significado mais amplo: a Natureza corresponde ao mundo material e, em extensão, ao Universo físico: toda sua matéria e energia, inseridas em um processo dinâmico que lhes é próprio e cujo funcionamento segue regras próprias (estudadas pelas ciências naturais).

Fonte on-line. “Wikipédia, a enciclopédia livre.” – 06/02/2009 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Natureza)

A definição acima aponta como natural o que não é “tocado” pelo homem, mas o homem em si é fruto de uma dinâmica natural, criado com a capacidade não só de alterá-la como até, acreditam muitos, desfazê-la sendo dela substrato.

Daí surge uma questão interessante, a natureza age mesmo harmonicamente (cabe aqui também uma definição de harmonia) ou o conflito (outra definição) é seu parâmetro motor?

Sendo substrato natural, o homem e sua capacidade de interpretação e manipulação de recursos, lógicos e materiais, coloca-se por estas vias em terceira pessoa; enxerga na natureza seus próprios arbítrios e a chama hora de harmônica, como uma conta que resulta em 4, hora de conflituosa, como sua própria mente constantemente caótica que resume tudo em contas. Paradoxo.

Pretensão humana definir algo como se dela não fosse fruto, aqui opino.

Evoluir, rastejar, ter penas, dentes, amamentar ao vôo, ter voz, e por fim raciocínio é seguir qual caminho? O da harmonia, ou do conflito?

A natureza faz seu trabalho a caminho da superação ou extinção?

Um ser Chamado Aflito

Ele acreditava mesmo nas pessoas, era seu dom mais intrigante, o positivismo com o qual tecia seus relacionamentos. Apaixonava-se diariamente pelos amigos de maneira cega e assim se dedicava ao máximo. Jogou tão limpo que brilhava alvo. Não media palavras de conforto. Não negava, era aberto, barato, um poço de compreensão.

Como todo excesso é prejudicial, esse não seria diferente. De tão bom bobo, de tão bobo usado, de tão usado exausto, de tão exausto triste e de tão triste inconsolável.

Pobre coitado.



...

sábado, janeiro 17, 2009

Dica do dia:

_Guarde a máscara depois do espetáculo.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Não Esqueço Mais

Eu descobri que posso encontrar coisas esquecidas dentro de mim mesmo, coisas que são deveras importantes e se esconderam por algum tempo. Porém lembra-las é a prova cabal de que, por ser humano, eu posso perdê-las.

Só se encontra algo que se havia perdido.

Não querendo mais sofrer tais perdas temporárias, tomei uma decisão:
Amarrei no meu dedo polegar, esse que eu uso o tempo todo para agarrar coisas, uma fita vermelha. Assim ela me lembra de não esquecer a importância que estas lembranças têm para mim.

Daí fiz uma promessa: Nunca esquecer de conferir a presença da fita.

Para cumprir a promessa, que também corre o risco de se perder no esquecimento pelos mesmos motivos, amarrei no meu indicador, esse que eu uso para apontar coisas, outra fita, porém azul.

Novamente fiz uma promessa: Nunca esquecer de conferir a presença da fita.

No entanto, para não me esquecer de cumprir essa promessa...

...e assim foram-se os dedos.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Paulo e Marta

_Alô, Paulo?
_Sim, Marta?
_Sou eu.
_Há quanto tempo você não me liga moça. To com saudade.
_Bastante não é? Eu também to com saudade.
_É, e como andam as coisas aí?
_Com a lida ta tudo bem, to um tanto atarefada, meio que de stress...
_Ã...
_...meu problema tem sido você.
_Que isso Marta? Não nos vemos a semanas. O que eu poderia ter feito?
_É isso mesmo... é que não passo um único dia, minuto, sem pensar em nós e da última vez que estivemos juntos, foi tão mágico pra mim quanto da primeira vez e eu não suporto mais minha hipocrisia e... to com medo e... poxa, to sem lugar no mundo e...
_Hei! Hei! Calma mulher...
_Me perdoa meu bem... eu tenho mais de você em mim do que posso suportar agora... eu te quero muito... não se vire pra mim...
_Opa! Você ta me assustando Marta. Ta até se parecendo comigo, tempos atrás.
_Não é fácil admitir, eu não me arrependo de ter partido, eu também tinha problemas, mas não houve um único dia em que seu nome não fora tocado, nem uma oração em que você não tenha sido agraciado, eu vejo você em lembranças do dia a dia, nos filmes que vimos juntos, nos pratos, nas músicas... eu to precisando muito de você... da sua pele, voz...
_Marta, não me diga isso. Você partiu convicta de algo, o que mudou agora?
_Não é brincadeira Paulo, você sabe muito bem que eu me rendo a você sem pensar, desde sempre, e você fez uso disso quando lhe foi conveniente... Me escuta, eu te peço perdão e admito... eu te amo, mais que tudo e queria ter você agora mesmo aqui comigo...
_Uow! Nem sei o que dizer... eu... preciso digerir isso... eu... bem... eu tenho que ir e não posso falar agora.
_Não Paulo, não faz isso... olha eu sou melhor agora... não, eu sou a mesma... a meus Deus, eu sou nada sem você.
_Ow! Eu realmente preciso pensar... eu to ocupado e encabulado agora é... agente se fala.
_Paulo não... espé...

domingo, dezembro 07, 2008

Lembranças

Guardei hoje minhas más lembranças, causadoras dos meus traumas, num lugar seguro chamado Cautela, as boas, as que me deram prazer, guardei com carinho num lugar chamado Paixões.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Anti-Musa

A muito não és tu o que inspira
Não toma mais anseios um minuto
Verdades reveladas em mentiras
A ti não prestam mais nenhum tributo.


...

sábado, novembro 15, 2008

Dor, muita dor!

Meu inferno às vezes são dores que me acordam com a luz do sol das quatorze horas de um sábado ocioso. Eu não babei em meu travesseiro porque estive toda a manhã dormindo com a boca seca... Não me destruí por completo percebo, porém, mais uma dose mudaria isso.

Ressaca!!!

Daí me toca o telefone e foda-se... minha cabeça dói e até minha cama anda doendo.

Chega então uma mensagem e, de repente, nem tão foda-se. Eu fugi da cama quente e quase tomei um tombo, falhou meu pé esquerdo.

Perfeito! Agora pra me consolar eu tenho dores no pé, cabeça e peito.

Eu não vou fugir do meu dia, apesar dele parecer um lixo até agora. Posso me tratar com esta embalagem na minha mão, escrita em russo. Mas como o mensageiro me deu olhos embaçados eu não consigo ler as letras miúdas da bula e devo me auto medicar às cegas.

Filha da Puta... que fossa... que dor no pé... que dor no peito!

quarta-feira, outubro 29, 2008

Dica do dia:

"_Oh! Voltei pra te falar o seguinte, mexer com mulher dos ôtro é caixão! Tah ligado?"

terça-feira, outubro 14, 2008

Política Honesta

A honestidade é o motor da boa convivência, a valia da verdade. Aquele que age dentro dos princípios desta sempre terá consigo o desejo e capacidade de enxergar o que realmente importa, não para si, mas para todos. Afinal a honestidade do homem solitário só tem uso no que tange o individual. Já ao homem público esta também se aplica ao coletivo, comunitário, em prol do progresso e bem estar social de sua comunidade.

Apenas o homem agraciado por Deus com este dom, a honestidade, é capaz de tornar-se o líder ideal. Saber quem é o afortunado detentor de tal dom depende mesmo de conhecer e vislumbrar, honestamente, seus atos, comportamentos e costumes, bem como seus ideais, opiniões e propostas.

domingo, outubro 05, 2008

Vá se folder-se!

Na pequena fila que enfrentei hoje pela manhã uma senhora me veio com um folder na mão, desses folderes de igreja teorizando conspirações. Dessa vez "O Código Da Vinci".

Oh Shit! Peguei o papelzinho por automatismo e pensei: Tô ferrado. Isso vai andar pela minha casa durante semanas antes de ir para o lixo. Não sei por quê então, talvez por causa da fila, abri o treco e fiz a leitura sugerida. Desejei ser analfabeto!

"O Código Da Vinci, fato ou Ficção?". Oakay suas antas, é ficção. Acreditar nisso, ou não, não é um exercício de fé. É só mais um livro escrito pelo homem que pelo visto amedronta a esse ponto, o de haver um folder "explicativo", as verdades do livro sagrado, escrito por Deus.

Creio em Deus sim, mas não vejo muita diferença entre as serifas da Bíblia, as de Dan Brown e as desse blog. Qualquer um poderia chamá-los ficção, e quero ver quem me prova que não.

Talvez o Dan Brown deveria publicar um folder do mesmo calão bradando o contrário. Mas ainda assim seria só mais um papel chato se metendo no meu bolso contando uma possível estória.




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5 de Outrubro

Hoje de manhã eu quis tomar um suco de sistema. Como eu não tinha bolachas achei melhor justificar meu não-voto, fumar um baseado e ver um filme desses melosos.


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terça-feira, setembro 30, 2008

Palavra Imágica

!TUGALABIDUGALABIDUBALAGIBAU!


{Palavra imágica capaz de realizar todos os desejos que você não tem, apenas se dita três vezes seguidas em noites de um dia qualquer}


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sexta-feira, setembro 26, 2008

Dica do dia:

"_ O negócio é o seguinte, murcha não.... tem que ser "olho" no olho."


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domingo, setembro 21, 2008

- Marcos, vai dormir!

- Eu não quero mais dormir.
- Ora! E agora essa, por quê?
- Eu tô com medo.
- Medo de quê?
- De morrer dormindo.
- Hahahaha... você morre enquanto está acordado também, você não tem medo?
- Opá! É mesmo... mas acordado eu só tenho medo de morrer se for dormindo.
- Então... vá dormir!


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sexta-feira, setembro 19, 2008

Ontem

A ponta do nariz tocara o lábio superior segundos antes de um beijo, o primeiro. Bastava mesmo ela me olhar nos olhos e prostrar seu hálito perto da minha fussa! De tão perto me parecia cerâmica fina. Como um chá quente de flores do campo, adoçado com mel das abelhas mais caprichosas, seus lábios tornaram rubras as melodias pulsantes em todas as veias.


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Flor Do Destino

Te amei assim como água de chuva
Que vai penetrando pra dentro do mundo
Te bebi assim como poço de rua
Que eu olhava dentro mas não via o fundo

Tu me deste um sonho
Eu te trouxe um gosto de tucumã
Tu me deste um beijo
E a gente se amou até de manhã

Veio o sol batendo
E nos despertou
Da gente virando terra, mato,
Galho e flor

Água de riacho é clara e limpinha
Mas às vezes turva com a chuva violenta
Teu amor é um papagaio que xina
Dentro do silêncio da tarde cinzenta
E o amor é um rio
Profundo rio
De muitos sinais
Onde os barcos passam
Conforme o vento deseja e faz
Ai que ainda me lembro
Disso que ficou
Da gente virando terra, mato,
Galho e flor.


(Nilson Chaves)




Nilson Chaves, paraense, poeta e compositor. Este artista de notória habilidade com as palavras traz ao arcenal de motivos da música popular brasileira os mais variados timbres da amazônia em composições rechedas de muito regionalismo e paixão.

sexta-feira, agosto 22, 2008

...

Sentimentos são como máquinas, automóveis embalados em venosas vias.

sexta-feira, abril 04, 2008

Orquestra

Toquei sozinho. A que tem altos e baixos essa noite perdeu os autos. Apresentou-se mecânica nota por nota. Picos e vales claros em cada passo, mas como um relógio insistente, cuja corda se acaba num turbilhão de aplausos. Não me incomodava estar ali feito uma máquina de divertir. Incomodava-me tocar sozinho. Junto à orquestra tinha ao menos o uníssono poder do grupo. Minha mãe me dissera uma vez: O valor de uma orquestra está no conjunto. Há muito abandonei a orquestra, ainda quando estava junto dela, e os meus solos de violino agora são feito engrenagens eficientes, sem alma. Ganho com isso os aplausos e perco o tempero.
Desci as escadas em direção ao camarim, colado na porta um bilhete que recolhi prontamente e entrei. Sentado diante do espelho li.
Querido, estou na cidade, mas não pude comparecer. Volto pela manhã. Obrigado pelas entradas, dei à Luci que levou este bilhete. Ligue-me amanhã, estarei em casa.
Eu já sabia. Ainda previsível. Bem como minhas notas.
No estacionamento, encostado no carro o velho maestro.
_Soube do seu solo e resolvi aparecer, rapaz o que lhe falta é uma orquestra.

Hoje acordei um pouco decepcionado, talvez arrependido.

quarta-feira, março 19, 2008

Infanto

Anda tateando o mundo e mordendo os lábios, olhando para os lados de olhos bem abertos. Documenta a vibração das coisas. Madeira, metal, parede, isopor, plástico, palha, pedra, galho, pão, pó, pino, papel... Curioso, aprecia da vida muitos sabores. Olha cara a cara. Malha. Ri. Não se cega. Não sossega. Se entrega.

terça-feira, março 11, 2008

Rubra

Idéias presas em rubros de bandeira,
De tanto vistas, ao solo, desfalecem,
Desbotadas dos textos se esquecem,
Quase sempre perdendo a estribeira.

O vermelho que tingira o pano branco,
Simbolismo do desejo por seu canto,
De Paz sonhada findou-se então em pranto.

domingo, março 09, 2008

Sem Moléstias

Para ele era feito uma sessão de psicanálise, mas não havia moléstia. Não sofria de mal algum, mas se medicava constantemente em prostíbulos onde faziam cegamente suas vontades. O preço paga o serviço. Tinha trinta e poucos anos e um bom emprego. Quando era alguém que desejava ser era ele mesmo. Hora herói, hora bandido, horas a fio. O que esperar de alguém sem moléstias? Amava unicamente a própria vida e não se arrependeu de nada, nunca. Via a morte como o fim fatídico a tudo que se acredita, o mero fim do tiquetaquear regressivo da existência individual. Não tomou nota de seus momentos, guardou consigo, convicto de que morreriam as lembranças antes dele. Quem ouviu suas palavras o ouviu em vida. Nada de livros. Ele nada tinha a declarar, pois jamais algo o incomodou a ponto de se sentir reprimido. Tinha trabalho e era o melhor, tinha família e era a melhor. Tinha quarenta e cinco e praticava esportes aquáticos. Não mais freqüentava os prostíbulos, tinha fé na família. Morreu então em silêncio aos 85 anos, destituído da memória antes do fôlego, por causas obviamente naturais, bem como planejava. Mas afinal, o que esperar de um homem sem moléstias?

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Ei, porquê não fala sobre você?

_Não entendo isso.
_Isso o quê?
_Sua mania de escrever devaneios literários num diário.
_E o que tem de mais?
_Um diário é feito para contar os dias.
_Para isso eu já tenho um calendário, tem até um impresso nas primeiras páginas do meu não-diário.
_Não é contar de contar que eu tô falando, é tipo de contar uma história. História com "h". A sua história dia-a-dia.
_Para quê? Quem se interessaria pela minha história? Não faço nada que seja assim... tão admirável.
_É, pensando assim você tem razão. Mas acredito que se as pessoas tivessem esse hábito facilitariam o trabalho dos historiadores.
_Que que eu tenho a ver com os historiadores?
_Nada por enquanto. Mas digamos que alguém pegue o seu... como é mesmo?
_Não-diário?
_É, isso aí, seu não-diário. Ele não dirá nada sobre você.
_Mas poderia dizer muito sobre o que andei pensando vida afora.
_Pensando, han.
_Se vivi, ou vivenciei, absorvi algo. Tendo esse algo em mim me restam três opções, eu acho.
_Hum?
_Eu posso me calar.
_Dois...
_Posso vomitar.
_Três.
_Ou posso digerir!
_E qual você está fazendo agora?
_Digerindo ora!
_Escrevendo essas viagens?
_É.
_Por isso é que sai tudo uma merda. hehehehehehe...
_Viu... Taí você vomitando. Porque não vai contar o dia ao seu diário? Quem sabe um historiador gosta da sua história e escreva um mestrado com ela.
_Tá me cassoando neh?!
_Não não...
_Prefiro falar sobre mim mesmo que dos sentidos e viagens e tal... é chato!
_Agora podia ter se calado. Sei o quanto seu umbigo é importante, cuidado para não engasgá-lo enquanto come seu ego!
_O quê? Enquanto eu como... como assim meu ego?
_Ego é tudo que você vomita no seu diário!
_Me vale o vômito. Bem como a quem se cala.
_Me vale a digestão.
_E valores não se discutem.
_Então tá.

domingo, janeiro 20, 2008

Prova de Amor

_Você jamais me deu uma prova do seu amor.
_É mesmo, nunca nem pensei nisso. Liga o PC pra mim por favor.
_Seu grosso, tô falando sério.
_Tá? Eu também estou. O estabilizador primeiro.
_Pronto. Você me ama de verdade?
_Sim. De verdade verdadeira. E acho que você também me ama.
_É, isso porque já te dei mil provas do meu amor.
_Isso eu posso garantir que sim. Me passa essa nota... não... a da direita... da sua direita.
_Aqui. Você confirma. É porque lembra de todas? Pode me dizer uma?
_Posso, peraí. Alô, oi, não, vai sim, pode enviar, não, não, pegue com o Rogério amanhã então e me envie, obrigado, tchau. Onde eu parei?
_Prova de amor.
_Ah! Sim. Olha, você já provou o vento porque ele move seus cabelos, a água por molhar sua boca, os alimentos o fogo e tudo mais que se possa sentir com o corpo.
_O que isso tem a ver?
_Tem a ver que das provas que você deu, que me vêm à memória, só as que eu senti com a alma te valeram, das outras eu nem me lembro.
_Poxa que lindo isso meu bem. Tá vendo, isso me parece uma prova de amor.
_E daquelas que sente a alma. Cadê meu celular? O Peixoto tá esperando minha ligação.
_Te amo viu.
_Viu, mas aqui... você poderia me deixar um pouquinho só pra eu terminar esse trabalho, saimos dentro de quarenta minutos pra jantar.
_Nossa, que grosso você é, me diz coisas lindas e depois nada.
_Osh! Quer ouvir mais uma coisa linda?
_Quero.
_Te amo muito, tanto que pretendo pagar a conta do restaurante.
_Tah me jogando isso na cara?! Pagar a conta não vale como prova de amor.
_Não vale mesmo, mas prova que eu tenho muito trabalho a fazer.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Tacho de amigos

É feita de amigos a calda caramelada da vida, em um tacho grande que me alimenta a diabetes. Me importa que tal vício me leva a fatídica sorte, pois sei bem que de tal melado quem come tem fim fraterno até com a morte.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Graça

Afoguei-me nas tuas graças
E de graça estive servido
E agora o que me fartava
A distância tem consumido,
Mas antes sentir saudade
Que de ti não ter sabido.

quinta-feira, novembro 22, 2007

sem reflexo

Ví o reflexo, ele mesmo não era eu. Pareceu ser como se fosse, mas não era ele, era eu. Pôs o dedo no nariz, dedo dele, nariz meu. Piscou ele e eu não ví. Ele falou, eu não ouvi. Não era ele, pois era eu. Ele partiu e eu aqui.

sexta-feira, outubro 26, 2007

tintim por tintim

há de me tomar e todo meu gim | tintim por tintim em cada brindar | há de me cobrar tudo que prometi | tintim por tintim sem nada faltar | ei de requerer tintim por tintim um pedacinho seu até você me dar.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Lúcia e Sorvete

_Mãe, a Lúcia me disse que me ama e me deu o sorvete dela.
_Que bom meu filho, foi na escola?
_Foi, o que é "ama"?
_É quando alguém gosta muito de você.
_Igual eu gosto muito de sorvete?
_Mais ou menos igual, mas mais ainda.
_Mais?
_É. Pega a tesoura pra mamãe.
_Toma. Hum, então a Lúcia gosta mais de mim que de sorvete?
_Sim meu filho, igual a mamãe e o papai. Agente gosta de você mais que de sorvete.
_É, mas sorvete é mais gostoso, não é mãe?
_Para mim você é mais gostoso que sorvete.
_Então pra Lúcia também né mãe?
_Aí eu não sei filho...
_Mas você disse que é mais...
_Deve ser meu filho, pega a caixa de agulhas pra mamãe pega.
_Toma.
_Obrigado.
_Mãe...
_Oi...
_Se a Lúcia me der o sorvete dela então quer dizer que ela gosta muito de mim?
_Pode ser meu filho, se ela gosta muito de você a ponto de te dar algo de que ela goste muito, pode ser que ela ame você.
_E você mãe, gosta muito de sorvete?
_Gosto sim meu filho.
_E de mim mais que de sorvete?
_É claro meu filho.
_Então mãe, me dá um sorvete?
_Não.
_Ah não mãe... só um...
_Não, vê se isso é hora!
_Se eu pedisse pra Lúcia ela me dava...
_Talvez, por quê você não pede a ela?
_Amanhã eu vou pedir e ela vai me dar.
_Então peça.
_Mãe eu gosto mais da Lúcia que de você.
_Quê isso meu filho? A mamãe te ama tanto.
_Mas nunca me dá sorvete.

domingo, outubro 14, 2007

Uma e trinta e um

Tocou o telefone na insônia, Uma e trinta e um.
Era alguém que não se deixa esquecer
Pedindo para não ser esquecido,
Embreagado, me embreagando,
me enciumando à distancia.
Puto publiquei isto, desliguei tudo e fui dormir!

quarta-feira, outubro 10, 2007

Tudo Tinha

Aos amigos sempre dizia querer viver mais mil anos, mas matou-se covardemente e pelas costas. Atirou-se do vigésimo quinto andar com a face virada para a lua. Era quinze de novembro. Um ciclista que passava caiu de sua bicicleta atordoado. Gritos exagerados de angústia, o susto era generalizado. Não soltou nem um último suspiro que tivesse testemunha. Não escreveu carta de despedida. Caiu em silêncio. Seu pai morrera dois anos antes de maneira misteriosa, com batom na boca. Ela estava seminua. A poucos metros de onde caiu havia uma bolsa aberta cheia de badulaques, maquiagens, telefone, cartões de crédito, um massageador portátil, pulseiras, um relógio e um número de telefone anotado em guardanapo que depois de alguns dias disseram ser de uma loja de jardinagem.
Mulher estranha aquela, não tinha namorado, quase não falava, mas fazia sempre questão de usar salto alto e vermelho, tinha belas pernas, cabelos loiros, tinha também duas faculdades, direito e pedagogia, falava alemão, dirigia um conversível, tinha uma casa na praia. Tudo tinha.

Na Língua Sentida

Correu na papelada e procurou as mais belas palavras para expressar o que era ela, como era vista no fundo de sua retina, por traz dela, na cabeça. Bem abaixo, no peito. A princípio pareceu fácil retomar na memória todo passado e retratá-la em palavras, dizer o que era bom ou mal. Mas não se podia dizer nada, a literatura nada continha para suprir sua necessidade de termos, estava além da língua escrita ou falada, num dialeto que não tem voz nem no pensamento, só acontece, indiferente à gramática. Era ela simplesmente, ou complexo.
Nenhuma palavra então foi dita, ficou o sentido e a saudade. Isso em si já bastava, era ela mesmo definida.
Entregou então um papel em branco e foi embora. Nele estava escrito em língua sentida: “ ”.

Adriano e Ariane

_Adriano! Adriano!... Que merda Adriano!!!
_Que é porra!?
_Abaixa esse volume aí, eu tô tentando ler.
_O quê?
_Abaixa o volume caralho!
_Ah! Vc tah ouvindo?
_Não precisa gritar... Pra quê você comprou esses fones de ouvido? Pra ficar surdo?
_Desculpa mana, nem percebi que tava tão alto.
_Você já está surdo!

...

_Adriano! Para de bater o pé por favor.
_Que pé?
_Esse que tem na ponta da sua perna!
_Ei, peraí, não precisa me bater...
_Por que você não vai escutar música no seu quarto?
_Porque eu tô esperando a lasanha sair do forno!
_Eu tiro ela pra você, vai lá pro seu quarto vai.
_Tá bom! Ta bom!

...

_Adriano! A lasanha!

...

_Tá pronta?
_Eu acho que queimou um pouco.
_Caramba Ariane, você disse que ia olhar pra mim!
_Poxa, eu tô lendo né!
_E porque você não lê no seu quarto?
_A luz é ruim.
_E agora, por isso, eu como lasanha queimada... nem quero saber,vou comer a sua, pode ficar com essa!
_Tira a mão... eu não quero comer lasanha, muito menos queimada!
_A é né, eu conto pra mãe que você deixou ela queimar e agente vê...
_Que isso aqui? Vocês estão brigando?
_A Ariane mãe, não me deixou ficar aqui e nem olhou a lasanha!
_Hummm! Nada disso mãe, ele é que fica ouvindo esse negócio na maior...
_Ih! Não quero nem saber. Vocês resolvam isso antes que eu pegue os dois!
_Mas mãe!
_Nada de “mas”, vou ao mercado alguém quer alguma coisa?
_Eu quero, uma lasanha!
_Nada de lasanha! Ariane?
_Meu shampoo acabou.
_Tá bom, tchau e comportem-se!

...

_Adriano! Você não se toca mesmo né!!!
_Que que foi agora ô vaca!?
_Você é que é uma vaca, precisa mastigar de boca aberta?!?
_Poxa Ariane, você é mesmo chata hein!
_Olha, eu só quero ler este livro, dá um tempinho pra sua irmã vai.
_E o que você está lendo?
_É um livro da faculdade, História da Nutrição.
_Ahmmm... tá... quer um pouquinho?
_Me dá aí!

segunda-feira, outubro 08, 2007

Qüinquagésima Nona Semana

Primeiro dia de campanha, todos empolgados correndo campos abertos entre matas fechadas. A única saudade no peito era dos dias de treinamento, onde podiam a vontade atirar em alvo inanimado. Agora todo alvo era também um peito armado.

Na terceira semana, ainda todos unidos, tanto sucesso e nenhuma baixa aliada traziam o gozo da vitória e brotava na memória os dias de folga e farra do acampamento. Agora só havia o descalçar das botas úmidas e as cartas sujas aos entes queridos, azes e valetes. Gripe.

Oitava semana. Duas baixas aliadas, o cara do rádio e um morteiro, grandes amigos que àquela altura já eram irmãos, agora irmãos de sangue, muito sangue. Correr pelos campos tinha um novo significado, o apertar de gatilhos teve um gosto doce durante muitas investidas até a décima segunda semana.

A décima segunda semana foi o acúmulo de tantas doces vinganças que se fizera bile, amarga como o vômito ácido a tornar ásperos os dentes. Ranger de dentes na madrugada. Dormir não servia de mais nada.

Vigésima primeira semana. Agora sim era a guerra de verdade, nas idéias chiadas que aconteciam no confronto dos fogos variados, tantas baixas de inimigos e aliados agora já nem tinham gosto. A saudade a muito era de casa, de mãe, mulher, filhos e amigos.

No fim da trigésima semana vinte baixas eram contadas. Muitos já não conseguiam mais atirar, mas atiravam, mecanizados pela vontade de sobreviver no subviver daquela batalha. Barba por fazer, noites sem dormir, dias sem comer.

Na primeira noite da quadragésima sexta semana aquela coragem da primeira se tornara tara dos que já não mais a tinham, esses se escondiam por traz dos mais resistentes a mandar bala para o outro lado, até que de repente, ora ou outra, passava voando uma perna, do joelho para baixo. Todos ali eram cientes agentes funerários prestando serviço a si mesmos.

Hoje, na alvorada da qüinquagésima nona semana, surgiu entre raios de sol o som das hélices farfalhando folhas chão afora. Metade da tropa se fora embora e o que poderia ser a retirada é a nova chegada. Um capitão, sargentos e muitos soldados, todos armados, empolgados, um grupo de recém treinados, recém coitados. Alimentos, bebidas, drogas estimulantes e uma vontade louca de enforcar os comandantes tomam o pelotão que a quilômetros vem deixando como rastro mil corpos no chão.

Deixo em meu leito raso fundado no pó da terra, onde muitos se puseram ao pesadelo das noites na guerra, a cruz e medalha que de nada me valeram.

domingo, outubro 07, 2007

Marcos, silêncio

_Marcos, como você conseguiu?
_Consegui o quê Adelaide?
_Ficar assim calado, por esse tempo todo.
_Olha, fácil não foi, mas te digo que quando tenho que escolher entre falar merda e ficar calado, calar sempre é minha opção.
_Quanta merda. E é você mesmo quem julga o que é merda ou não na sua fala?
_É.
_Hum, você podia pensar melhor nisso, afinal você pode não ser tão bom como crítico.
_E quem você acha que seria bom o bastante?
_Não sei, um amigo talvez, daqueles que você aprecia as idéias.
_É, poderia ser. Poderia ser você, não poderia? Sempre que tenho vontade de falar você me escuta.
_Pois é, mas não sei se consigo.
_Apesar de gostar das suas idéias jamais cobrei de você uma crítica. Contudo você nunca passou do eu gosto, ou, essa é para mim, ou, cuidado com o que você diz, faz, sente.
_Não é crítico o bastante para você?
_Acho que não. A muito tenho evitado dizer coisas relevantes a você, até por isso.
_Por acaso eu não sou digna de criticar-te?
_Digna de criticar-me sim, você tem sido, mas de um amigo como você não me bastam as críticas, queria mesmo apoio.
_Apoio para suas falas, não é possível, pois se elas nascem da sua cabeça e fluem na sua boca, depois de saída delas suas idéias não podem ser filtradas e refaladas.
_Tudo que lhe disse até hoje Adelaide não precisava de filtros ou críticas, precisava mesmo é de reações.
_E eu as tive de acordo com minhas inquietações, você não manipula com palavras.
_Isso foi uma crítica.
_Não, para mim foi mais uma reação!
_Perdoe-me Adelaide, mas tenho tido medo da crítica, tanto quanto das reações e já não consigo distiguí-las.
_Então medo é a causa do seu silêncio.
_A muito tem sido uma merda a causa do meu silêncio.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Nu No Parque

Nu no Parque
Óleo sobre tela
180 x 225 cm
Erick Vön Hidelbrandt
1714

sexta-feira, agosto 24, 2007

Re-Lembro

Penso agora naqueles dias, num curto período de tempo entre a idéia, o texto e o ato. Sabia que me voltariam as tais lembranças. Ver as fotos ainda dói um tanto chato. Atormenta o quão avulso agora vejo. Eram bons aqueles tempos, coqueiros ao vento, paisagem e abraços.

domingo, agosto 19, 2007

Pula Adelaide

_Pula Adelaide.
_Tô com medo.
_Medo de que? Lá embaixo só tem água e está tão quente esse verão, você não queria nadar?
_É que a água é tão escura, parece que não tem fundo.
_É o fundo da lagoa Adelaide, as pedras são mesmo escuras lá. Pula!
_Não, eu nem trouxe meu maiô.
_Pula nua então. Só tem agente aqui, quem vai ver?
_Ora quem? Você!
_Bem, eu vou pular nu mesmo, eu não trouxe roupa de banho também.
_Não, eu não quero ver você nu... pode parar com isso.
_Então não olhe Adelaide.
_Eu vou embora então.
_Ora! Pode ir, ta com medo da água e com vergonha de mim. Eu não tenho vergonha de você não, quer ver.
_Não faz isso Kalil, não... Kalil...
_Agora é só pular.
_Você está nu! Creeedo!
_Uruuuuuuuuuuuuuuuuu... Ahahahahahha... demais! A água está uma delícia Adelaide, você não sabe o que está perdendo, vem!
_Não sei...

...

_Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa...
_Que é isso Adelaide?! Você pulou!?
_Pulei... foi demais, parece que agente está voando.
_É mesmo, e a água? Não está boa?
_Uma delícia, obrigado por me trazer aqui.
_Não há de quê.
_Como se chama essa lagoa?
_O povo daqui chama de Poço dos Patos, mas nunca vi nenhum aqui!
_Será que mais gente vem pra cá?
_Eu venho sempre e quase nunca encontro gente da cidade; volta e meia tem os índios.
_Aqui tem índio?
_Tem, eles se lavam aqui quando estão de passagem.
_E se um índio aparecer agora? Ele vai ver agente nu.
_E o quê que tem? Eles também nadam nus.
_Não, espera aí, não vai me deixar aqui sozinha.
_Mas eu vou voltar.
_Não, e se eu me afogar?
_Calma eu só vou pular de novo. Você sabe nadar, não vai se afogar.
_Sei lá... uma câimbra, hipotermia, congestão, um índio... nunca se sabe.
_Poxa Adelaide, você é bem medrosa mesmo, vamos pular juntos então?!?
_Não, vamos fazer o seguinte, eu vou pular primeiro, mas você não pode olhar.
_Olhar o que mulher?
_Me olhar, estou nua não vê?!?
_Vejo, mas o que tem isso? Eu também estou.
_Tenho medo de me mostrar assim, nua.
_Olha Adelaide, quer saber... nadar com você não tem graça!

terça-feira, julho 10, 2007

Eles

Entrou de repente e sentou-se na mesa da sala, sobre a mesa mesmo, em cima de um garfo que tirou rapidamente do traseiro, derrubou um copo e as frutas da gamela. Bochechas rosadas e mil desculpas.
Depois de muito ouvir começou a falar baixinho, pra fazer chegar mais perto, cada vez mais baixo, cada vez mais perto. Dizia coisas do passado. Entre experiências profissionais, hora ou outra, surgiam amores, dois ou três amores vividos. Falou também de um tal futuro à espera, ainda no forno e “quem me dera isso e aquilo e aquilo outro”.
Estava bem perto. Dada hora suas mãos alcançaram peito, ombros e enfim costas. Quase silêncio. Envolvido e protegido, lacrado, selado. Simbiose.
Pouco depois falava tão baixo que os ouvidos estavam dentro da boca, por isso as palavras eram estalos de lábios e ranger de dentes entre úmidas línguas sobre a pele do pescoço. Sonora sopa de letrinhas. Tão silenciosa. Arrepios.
O aroma perfumado dos cabelos, que se enrolaram na boca e nos brincos, tomava fugas as narinas entorpecidas, surdas e cegas narinas. Por outro lado os olhos fechados podiam imaginar só o conjunto de dois corpos no pequeno universo obscuro da sala de jantar.
Até que então estavam os dois de alma nua, falando cada vez mais baixinho, mais pertinho...

segunda-feira, junho 25, 2007

Efêmero

Lá vinha, mulher e família, logo a frente de cabeça baixa, podia-se ver o laço de fita, sobrancelhas e sílios, a ponta do nariz e o lábio superior. Ela partia. A criança que a acompanhava abrira o portão, ela, de cabeça baixa, passava. Já a pouca distância seus cabelos pretos e mediana estatura moviam os olhos por curvas sinuosas. A via de costas. Um mísero instante era suficiente, como foi. Virou-se por segundos, uma eternidade platônica, a imagem vítrea de seu olhar a emanar a alma radiante, um pequeno sorriso, beócio, sentiu-se um doce na boca, arrepio. Olhara para traz, olhara nos olhos, e seguiu seu caminho.

quarta-feira, junho 20, 2007

Sorriu no amanhecer,
com ares ainda noturnos,
a absurda saudade pungente,
inerte aos meus apelos.
Um sonho mais que urgente
Se vai em pleno sono.
Então no calor de um beijo
Toma-me mais um inverno
Da tua boca o desejo.

Inútil

Teve as asas cortadas
E perdeu a paciência.
Por não saber de nada
Lidou com a discrepância.
Agora só de fachada
Canta sua indolência.
Mas cala-se nesta toada
Ao ver que sua mais adorada
Cantiga é a contingência.

quinta-feira, junho 14, 2007

O Outro

Sinônimo de outrem,
Talvez alguém diferente,
Talvez o avesso da gente,
O contrário, o agressor.
Soa dentro da mente
E sai poetando corrente
Entre loucura, cultura,
ódio e amor.

Um querer de dois

Dois no mesmo ato
Teu cântico entoa,
Um verbo plural
Na primeira pessoa

Soa em uníssono
Mais que o podemos,
Visto que um querer,
de dois, é queremos.

Brasil S.A.

Pobre estado,
Escravo do mundo civil.
A meu mundo sem rumo
és bem, mãe gentil.
A meus filhos, préstimo,
Empréstimo e fome servil.
Tudo és Pátria Amada S.A.
_Brasil!

Boa Noite

Consumo assim minhas noites
Aceso em profundo sono
Sem dor ou calafrio,
Sem caos, livre, sem dono.

Sonhando tenho asas invisíveis
Que me elevam ao infinito
Posto em minha alma
Sem eco de nenhum grito

Durmo assim que minha mente,
À vista de velhas paisagens
Brote de flores e cactos
Arco-íris de boa viagem

Penso até quando
Posso estar voando,
Estar viajando,
Sonhando,
Sonhando,
Sonha...Soooooonha

quinta-feira, maio 31, 2007

As Paixões

em tardes
cinzas de outubro,
por flores
de rochoso abismo,
viver se embrenhando
em paixões,
dessas
sentidas a êsmo.