Correu na papelada e procurou as mais belas palavras para expressar o que era ela, como era vista no fundo de sua retina, por traz dela, na cabeça. Bem abaixo, no peito. A princípio pareceu fácil retomar na memória todo passado e retratá-la em palavras, dizer o que era bom ou mal. Mas não se podia dizer nada, a literatura nada continha para suprir sua necessidade de termos, estava além da língua escrita ou falada, num dialeto que não tem voz nem no pensamento, só acontece, livremente de regra gramática. Era ela simplesmente, ou complexo.
Nenhuma palavra então foi dita, ficou o sentido e a saudade. Isso em si já bastava, era ela mesmo definida.
Entregou então um papel em branco e foi embora. Nele estava escrito em língua sentida: “ ”.
Um comentário:
nem sei o q dizer...
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