domingo, junho 27, 2010

Antônio Aguilar

Perturbado me veio Antônio, um alter ego que estava mau humorado, dizendo que pretendia fazer uma viagem, para esquecer da vida.
Eu entendo Antônio. Ele é o responsável pelas partes chatas da rotina e se incomoda profundamente quando as condições de sua existência, como a atitude dos outros, se tornam meio mornas, ou frias, porque nestas horas ele tem muito trabalho.
Antônio, querendo ou não, é um libertino contido pela razão, não a sua própria, mas a que copia das normas formais impostas e bla bla bla bla.
Ele deseja sempre muito tempero nos seus pratos, adora conquistar, o faz com certa freqüência, mas se excita profundamente ao ser conquistado, ao ponto de ferver. Porém, como já disse, ele é contido pela razão, sua e dos outros. Isso serve para não cair em maléficos exageros.
Bem, Antônio tem passado apertado pelas mazelas da mesmice, na escassez de calores ele clama por uma ou outra apimentada.
Não definiria isso como uma aventura porque aventuras são momentos diferentes dos momentos corriqueiros. Quer dizer, eu sou assim o tempo todo, desejo o tempo todo. Então queria mesmo é um pouco de calor consistente, duradouro, daqueles que não se esgotam em invernadas. Não uma aventura, uma jornada _ Me disse Antônio antes de partir de vez, atrás de qualquer anseio.

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