…e como tens lábios feito imã, magnificados pela poesia doce-ácida-severa que vociferam, liberto meus mais rígidos e carnais métodos literários para dizer o quanto aprecio teus devaneios. Me ponho diante da intrigante vivacidade de tuas ideias como um espectador mais que excitado, não desejando menos que o deleite de sobrevoar com línguas e dentes o relevo orgânico de tua plaga, tentando perceber, nas “entrelinhas dos sonhos” mais aventurados, quantas vozes tivermos entre carnes e pautas em atrito, até que o sublime estado de ser bem-lá-de-dentro se instale, donde não se usam mais os olhos para ler o que pusermos na mais absoluta e desejada cegueira. Por fim, claramente visto: és tão incrivelmente atraente em tuas viagens e em tantos outros dos teus sentidos, que pretendo devorar-te literalmente tudo, como quem se apaixona por um bom livro.
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