domingo, janeiro 20, 2008

Prova de Amor

_Você jamais me deu uma prova do seu amor.
_É mesmo, nunca nem pensei nisso. Liga o PC pra mim por favor.
_Seu grosso, tô falando sério.
_Tá? Eu também estou. O estabilizador primeiro.
_Pronto. Você me ama de verdade?
_Sim. De verdade verdadeira. E acho que você também me ama.
_É, isso porque já te dei mil provas do meu amor.
_Isso eu posso garantir que sim. Me passa essa nota... não... a da direita... da sua direita.
_Aqui. Você confirma. É porque lembra de todas? Pode me dizer uma?
_Posso, peraí. Alô, oi, não, vai sim, pode enviar, não, não, pegue com o Rogério amanhã então e me envie, obrigado, tchau. Onde eu parei?
_Prova de amor.
_Ah! Sim. Olha, você já provou o vento porque ele move seus cabelos, a água por molhar sua boca, os alimentos o fogo e tudo mais que se possa sentir com o corpo.
_O que isso tem a ver?
_Tem a ver que das provas que você deu, que me vêm à memória, só as que eu senti com a alma te valeram, das outras eu nem me lembro.
_Poxa que lindo isso meu bem. Tá vendo, isso me parece uma prova de amor.
_E daquelas que sente a alma. Cadê meu celular? O Peixoto tá esperando minha ligação.
_Te amo viu.
_Viu, mas aqui... você poderia me deixar um pouquinho só pra eu terminar esse trabalho, saimos dentro de quarenta minutos pra jantar.
_Nossa, que grosso você é, me diz coisas lindas e depois nada.
_Osh! Quer ouvir mais uma coisa linda?
_Quero.
_Te amo muito, tanto que pretendo pagar a conta do restaurante.
_Tah me jogando isso na cara?! Pagar a conta não vale como prova de amor.
_Não vale mesmo, mas prova que eu tenho muito trabalho a fazer.