Um dia tive que fugir do Brasil,
Mandei o Estado a puta que o pariu,
E acabei sendo exilado.
Um mês depois me desovei no Japão.
Quando, sentado, ví a televisão
E descobri, subitamente, que não entendia nada.
A TV me pareceu diferente,
Apenas luzes se movendo pra frente,
Então pensei: é o paraíso...
Uma leveza me levou da poltrona,
E bem me lembro que naquela semana,
Conheci o monte Fuji.
Tomei saquê com uma nippomaníaca
Conheci uma gueisha austríaca
Um bar man
Um professor
Um padre
Um bom senhor
Uma Jurista
Um ator
E uma senhora educada.
Fui ao museu da tecnologia,
Assisti um espetáculo da coxia,
Estava mesmo aprendendo.
Na biblioteca eu me filosofava,
E no buteco a gente bem se falava
Sobre as idéias de Confúcio.
Passados dois anos naquela novidade,
Não conhecia ainda nem a metade
Daquela cultura intrigante.
Não demorou para eu falar japonês,
Casei com a filha de um chato burguês,
Engravidar filha alheia é uma merda em qualquer lugar.
Cheguei então cansado do trabalho,
Fiz hora extra no meu aniversário,
E minha poltrona é minha amiga.
Então me volto diante da televisão,
Tinha esquecido que estava no Japão,
E quando ligo está passanduuuuuu...
...uuuuuuuuuuuuu Domingão...
...numa outr'aversão...
...uuuuuuuuuuuuuuuu...
2 comentários:
seria trágico se não fosse cômico
Rola de musicar, hein?!
E só pra constar: TV no domingo, ninguém merece!rs
Saudade de tu, moço!
Beijos
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