quinta-feira, agosto 25, 2011

Me Compra um dia?

_Um dia inteiro?
_Não, compre a mim, hoje mesmo.
_Hoje mesmo, não poderia ser o dia de amanhã?
_Não seu bobo, eu me vendo e você me compra, hoje.
_Por um dia?
_Por toda a vida.
_Hummm, não poderia ser só por um dia?
_Poxa, tah achando que eu sou prostituta?
_Não! É que eu não tenho tanto dinheiro.
_Então leva de graça, sem precisar de dinheiro.
_Pra toda a vida?
_Hummm, tá bom... Você vem morar comigo?
_Ah não, sua mãe é muito metódica. Vem você morar comigo.
_Na casa que você mora com seus pais?
_Poxa, isso não seria venda casada?
_Casada é o que vai ter que ser.

Desafeto. No colo da solidão. Não deveria estar assim tão só, não sendo quem é. Não há nenhuma obrigação. Afinal quantas seriam as possibilidades? Qual delas seria no lugar da solidão, daquela cadela, parceira infiel a todos os que se entregam solitários?
É dela o lugar que hoje ocupa essa vagabunda. Dela que reage a todas as tais vontades, bem ou mal, de acordo com a vontade, mas isso não importa agora.
A privação da presença chega aos sentidos repentinamente amarga e, também de repente, tudo que deveria ser paz e tranqüilidade se mostra turvo e inquieto. Virando na vida de cá pra lá e vice-e-versa, condicionado a um estranho querer vestido de não pode. Quer! Não deve. Quer! Um pouco? Um tanto? Quer!
Hoje, do sentir, tenho vias que nem em veias se tornam versos. Daí escrevo prosa e vou afastando-me de mim pra ver se enxergo como um todo. Não adianta. Faltam-me meus próprios olhos. Os teus que me destes um dia para que eu pudesse ver minha alma... Aquela que sem você há muito tempo não percebo.

quarta-feira, agosto 03, 2011

Dica do Dia

A menos que você esteja num berço dourado, o prazer vai ser aquilo que vão comprar na sua mão a preço de banana. Caso contrário, você terá muitos fornecedores. Sendo assim, arranje algum dinheiro, ou torne-se imediatamente budista e livre-se logo dos desejos.